quarta-feira, 7 de novembro de 2012

PILARES



Entre os cílios da pálpebra,
As fagulhas do tempo.
O peso do destino
Coube na fração do segundo
Em que por primeiro
Avistei teu semblante:
Tímido, avesso, desencontrado.

E redesenhei os pilares do mundo
No palma da mão esquerda.
E desbotei os teus versos,
Desabotoei teus sentidos,
E o nada, todo ele,
Enamorou-se de ti,
Num repente derramado.

Assim como um céu se derrama
Quando a asa do dia
Acaricia de sonho
A face da noite finda.

Nara Rúbia Ribeiro

Um comentário:

A.S. disse...

Basta o encontro
das retinas
para se abrirem
as cortinas do tempo
como se nunca tivesse havido
distância...
e tudo acontece
entre o teu pestanejar
e o meu!

Beijos,
AL